Não poderiam ter escolhido época melhor para ambientar Cruella, o live action da Disney que conta as origens da famosa personagem: a sombria e fervilhante Londres do punk rock dos anos 70.
Cruella é uma delícia de assistir, seja pela rica produção visual com seus cenários, figurinos e maquiagem absolutamente conectados com a década e o mood dos inconformados 70´s, seja pelas atuações impecáveis de Emma Thompson e Emma Stone, seja pela história que mostra mulheres empoderadas em um tempo em que as mulheres ainda estavam saindo da caixinha em matéria de liberdade e autonomia, seja pela agilidade do roteiro. Tudo se encaixa perfeitamente bem e faz do filme um sucesso, com já conta com sequência garantida pelo estúdio americano.
A ideia de trazer o filme para o lado punk rock funcionou tão bem que, para mim, o ápice é o desfile de moda que Cruella organiza junto a um show com direito a I Wanna Be Your Dog, dos Stooges rolando no palco enquanto os figurinos à la Vivienne Westwood pipocam na passarela, embora este não seja, nem de longe, apenas um dos grandes momentos em que a música faz a história funcionar melhor. Sabbath, Stones, The Clash, Deep Purple, Bowie, Beatles, em versões iguais aos originais ou levemente diferentes, fazem do filme, para quem é fã de moda e música, como eu, um prato cheio, pois é possível entender o porquê da escolha de cada clássico para cada cena do filme.
Jenny Beavan (ganhadora de 2 Oscars) é a responsável pelo figurino de Cruella, um deleite para os olhos, uma vez que até nos momentos mais sem graça em termos de looks, as peças são bem pensadas e transgressoras de uma forma elegante e chic.
Basicamente, é um filme que fala de moda e dos altos e baixos da vida de forma divertida, mas sem ser superficial, em nenhum dos casos – pois no quesito moda, Cruella é imbatível com criações de cair o queixo de tão bem amarradas com o que a moda pede quando o tema é ser rebelde sem descer do salto.
Na maquiagem o marcante batom vermelho e burgundy acompanha todos os passos da personagem Estella, que depois se transforma em Cruella e também na personagem Baronesa Von Hellman, uma vilã estilo Miranda, do Diabo Veste Prada.
É um filme divertido, esperto e bem atual, embora se passe lá nos idos anos 70.
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